segunda-feira, janeiro 28, 2008
Em movimento (social) -1
“.../... Primeiro que tudo as organizações que trabalham em prol da resolução dos problemas sociais, já seja a escala macro ou micro, podem ter muitas formas diferentes de organização jurídica, ongs, cooperativas, associações, fundações, etc, etc, etc. Prefiro por isso o termo Organizações do Terceiro Sector (OTS), e terceiro no sentido de alternativa/complemento ao Estado e às empresas privadas. Não são Estado, mas a sua missão enquadra-se dentro de uma esfera social, tal como o Estado. Não são empresas, mas tal como estas, têm que funcionar como organizações, e têm de se sustentar a si e às diversas pessoas que nela, para ela e com ela trabalham, garantindo, tanto quanto possível, condições laborais justas. Além disso, os seus recursos são um factor muito importante para o êxito dos seus projectos e para conseguir alcançar as metas a que se propõem. Mas, ao contrário das empresas (salvo honrosas excepções), o seu principal objectivo não é conseguir lucros só para si mas contribuir para a resolução dos problemas que se propõem, sejam estes o direito à educação das crianças na Índia, das mulheres da Quinta do Mocho ou da comunidade de imigrantes de Cabo Verde em Portugal. Ou o salvamento da redução/extinção dos animais do nosso planeta. Ou o direito dos indígenas à sua autodeterminação enquanto povos. Ou o direito à paz. Ou a necessidade de melhorar a vida dos habitantes de uma aldeia do interior de qualquer país. Ou o apoio à vitimas do cancro. Ou qualquer outro problema de ordem social.Para poderem alcançar os seus objectivos necessitam recursos, humanos, financeiros, materiais. A maior parte destas organizações tem um problema que afecta a sua sustentabilidade, os seus estatutos impedem-nas de gerar dinheiro e de vender serviços. Trabalham por isso através de projectos que asseguram os recursos humanos necessários à manutenção da organização, ainda que em regimes laborais quase sempre muito instáveis e precários. Têm diversas fontes de financiamento, fundos públicos, cooperação internacional, empresas privadas, angariação de fundos, quotas de associados.
Assim, financeiramente falando, já vi, ouvi e li de organizações que se preocupam muito pela credibilidade dos seus financiadores e por manter a coerência dos seus princípios; de outras que utilizam o seus recursos para a satisfação dos seus elementos (ou alguns deles) e não para a sua população objectivo; ou das que são apoiadas por interesses escondidos detrás de grandes projectos macroeconómicos,; ou que fazem desfalques; ou de outras em constante luta pela sobrevivência do ano seguinte; ou das já têm uma gestão de recursos mais ou menos montada que lhes permite ir expandido-se, cumprindo e ampliando os seus objectivos.
Todas sobrevivem e continuam-se num mundo em que a gestão de recursos financeiros é essencial e difícil. E observo que cada vez mais, as OTS se preocupam por ser transparentes quanto às suas fontes de financiamento e gestão de recursos financeiros e que publicam o seu relatório anual de contas nas suas páginas web para poder ser consultado por qualquer pessoa que tenha interesse e paciência para isso."
No Oito e Coisa uma das múltiplas, ou ela, a Oito e Coisa, em estado múltiplo, começou a juntar reflexões sobre os movimentos sociais, começando pelas ONG's. Vou seguir atentamente esta correnteza de posts.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário