terça-feira, janeiro 22, 2008

Ontem estava uma lua magnífica. Ao descer o Chiado, uma rapariga reconstituia na sua flauta de madeira alguns dos acordes do bolero de ravel. A mim apetecia-me abraçar as pessoas. Sorrir-lhes. Comecei a descer a rua a pensar nos tomates recheados com pasta de delícias do mar e naquele composto de legumes migados com que agora me entretenho a imaginar diferentes pratos quando de repente uma alegria, um sentimento de transbordo se apossou de mim. Ainda pensei em voltar atrás e repartir com a flautista as minhas pequenas moedas mas, no meu egoísmo, deixei-me ir. Há dias e noites assim em que um coração parece pequeno demais para albergar tudo aquilo que podemos sentir.

4 comentários:

blue disse...

que boas, as noites assim.

Anónimo disse...

Fico feliz por si! Antes eu tb tinha noites assim, percebo bem essa forma de sentir. De respiar fundo, de trazer da alma tudo de bom que julgamos merecer. Tb vi a lua mas chorei de saudade de um tempo que deixou de exitir. Talvez um dia volte a sorrir, a querer abraçar todos e regresse atrás para deixar moedas a quem complemente esse meu quadro de todas as cores que a alegria interior e o amor pintam por si só. Um bem haja! Um desejo de muitas noites assim para si. Que nunca ninguem lhe diga que tem o fascinio da lua que a todos encanta mas não é de ninguém...

Anónimo disse...

Tenho, guardados numa caixa secreta, um "r" e um "s". Sempre os tive, nunca deixei de os ter.
Espero pelo tempo certo.
Espero, pacientemente, sem nunca esquecer e sempre com uma certeza.

Gostei muinto de ler.

Helena (em stª Apolónia) disse...

eu sei.é tão bom essa sensação imensa e esmagadora... quase dolorosa. de tão pouco, se pode fazer o infinito.