quinta-feira, abril 10, 2008

Livros de teatro

Arrumar os livros na nova estante tem a sua dor. Os livros de teatro. Olhar as edições da AAT, Associação de Autores de Teatro, de Espanha é um dó de alma. O carinho, a persistência, o cuidado estético com que estas obras falam de um autor, a sua obra. Nos últimos quatro anos fui ao Salão do Livro de Teatro em Madrid, organizei, para a APAD, a presença portuguesa naquele certame. Tudo começou no PT/ES Teatro, organizado em Maio de 2003 no Teatro Maria Matos. Ou talvez tenha começado antes, muitos antes, em Badajoz. Em Valdígna, Valência. Há um cortejo de pessoas entre os quais Gutkin, Benite, Monleon que relembro sempre quando me ocorre a ligação teatral entre portugueses e espanhóis. Este ano, coincidindo com o primeiro ano em que o Salão emigrou de Madrid, do Circulo de Belas Artes, para Sevilha, foi o primeiro, desde 2003, que não fui. Deixei algures o meu corpo associativo, perdi-o. Não interessa. Estava a falar de livros. Os livros são coisas importantes. Tiro o caixote das dramaturgias latino-americanas. Espanholas. Por dentro de muitos dos livros uma dedicatória. A ideia de um livro como uma ponte, uma semente. Leva-me este livro a passear até ao teu país. E eu a pensar, em vez de estar aqui a derrotar-me com o espaço que não tenho com os livros seriam tão bom arranjar um espaço comum onde eles possam ser lidos. Vou levá-los ao Nuno Nabais um dia destes, se ainda houver Fábrica do Braço de Prata nesse dia. Eu gostava que fizessem isso com os meus textos. Que os levassem até à borda de àgua e fizessem deles uma pequeno junco lançado às águas.

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