terça-feira, maio 27, 2008

A memória

Estava nos correios à espera para a entrega de um registo. Passeio entre estantes, os correios agora são lojas. Encontro a Memória de Elefante que perdi faz muito tempo, numa altura em que os livros andavam de mão em mão e uns nem sequer voltavam. Este livro foi uma revelação. Creio que o li a meias com o Apicultor. Agarro-o logo e hei-de ficar com ele junto a mim enquanto espero que o 341 apareça no écran da televisão interna. Escreverei ainda uma carta para o meu filho, numa caligrafia o mais ingénua possível. E depois fico ali a reencontrar-me com o livro. Li-o já sete anos depois de ele ter sido publicado pela primeira vez. Lembro-me mais uma vez daquele,
tenho saudades da minha mulher e não sou capaz de o dizer a ela nem a ninguém senão a você,
e de como eu me senti diante daquele rumorejar de paquiderme. A memória enquanto aquilo de que não conseguimos livrarmo-nos.

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