De Norte a Sul clama-se pela autoridade do Estado. Em grande parte é um exagero, já que há muita coisa que o Estado não pode fazer até porque nós, cada um de nós, que somos o Estado, que somos a condição de um Estado forte, estamos muito mais preocupados em que o Estado nos alije a carga mesmo que seja contra a corporação vizinha. Os consumidores, os grandes distribuidores, os pequenos e médios empresários de camionagem, os agricultores, os pescadores, os automobilistas, Portugal é a este momento um retrato caricato de quintinhas todas à espera do que é que cada uma das confederações consegue do pai, quer dizer do Estado, quer dizer, do Governo. Só espero que este tenha o bom senso de não vir repetir o lamento da injustiça dizendo que só quando o país está ingovernável é que todos querem que ele governe. E que se concentre na grande oportunidade que tem: conseguir dar um contributo para que os sectores produtivos se sintam apoiados e motivados a co-responsabilizarem-se pelo embate com uma situação económica desfavorável minorando o impacto do aumento de custos na inflação, que tem consequências mais permanentes e duradouras, aumentando até a coesão do país. E até porque na oposição tem a vantagem de a líder do PSD não ser populista e estar conotada com um homem que ainda no 10 de Junho se concertou com o Governo, e de à esquerda haver uma manifesta falta de credibilidade e de ideias para enfrentar as situações. Como diz o Marco, esta é a verdadeira hora de José Sócrates.
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