sábado, setembro 13, 2008

Ensaios céticos

Foi um dos últimos livros que comprei no aeroporto de Fortaleza, os ensaios céticos de Bertrand Russel. O seu "Porque não sou cristão?", que veio, aos meus quinze anos, da estante do Apicultor (e nunca devolvido, devo confessá-lo agora, para vergonha pública). Foi ele - e não o Eduardo Lourenço - que me pôs a pensar, que - depois de Somerset Maughan - me abriu os canais do pensamento. Retirei dele a minha inspiração não violenta. A, paradoxal, paixão pela dúvida. Mais do que um método, a dúvida, o cepticismo, é um acto enamorado de um pelo seu mundo, pelas circunstâncias que o geram. Como me é bom, nestes tempos de um cepticismo que galopa por mim sem freio - abarcando tudo, a politica, os costumes, a família, a amizade, o amor, a realidade, essa maleita, disse maleita?, tirania, praga, da qual a nossa convenção social tarda em livrar-se como plataforma ou evidência comum - recordar a paixão, o enamoramento que há no duvidar.

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