Lisboa, cidade. Gosto tanto dela. Não sei se tanto como aquela cabeleireira bielorussa - que de tarde me anulou o estrago feito pelo cabeleireiro do Salão Kennedy, em Teresina, que ainda estava nos anos 70 - e que se decidiu a ficar por cá há oito anos. Quando eu digo que não sei se gosto tanto dela como esta cabeleireira russa e como os milhares de pessoas que aqui chegam e ficam, é porque não sei se a escolheria para viver se não tivesse sido impregnado, à nascença, de um apelo surdo por este rio magnífico, único. Nesse sentido odeio o arrebatamento pelo cântico xenófobo. Lisboa revive quando é amada, desejada e todos estes que a procuram tonificam-na. Eu não. Eu estou aqui e estou lá. E já nem sou. Fui. Bem podia ser metido num cargueiro e despejado num qualquer pedaço de terra dos mares do sul que o solo pátrio, luso, não se queixava.
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