segunda-feira, dezembro 21, 2009

Sonhos pequenos

Sempre pensei que deveríamos ter sonhos grandes. E continuo a pensar. Mas há que ter alguns pequenos, para os podermos realizar sem grande esforço. Na minha infância em Mafra não havia Verão sem a temporada de idas diárias à praia na Ericeira. Tudo começava por uma passagem pelo mercado, onde comprávamos fruta e farturas. Depois, ficávamos ao pé da praia do hotel, onde as rochas aninhavam o mar numa pequena baía que tranquilizava a minha mãe sobre as aventuras aquáticas dos seus três filhos. Eu olhava para as varandas largas do Hotel da Ericeira, vía aqueles estrangeiros a olharem sobranceiramente a praia, e coloquei na lista dos sonhos ficar uma noite daquele lado da vida. Nunca calhou até porque, creio, este Hotel foi-se degradando, ano, após ano. Até que um novo proprietário lhe fez obras. No outro dia, íamos jantar a casa de uns amigos na Ericeira, comecei por ali. Marquei um quarto, com varanda e vista de mar. À noite estava um frio de rachar e mal dava para ficar na varanda. Agasalhei-me todo e lá fui, saborear o ar fresco e o barulho do vendaval e das ondas do mar. E quando nos deitámos lá risquei mais um pequeno sonho do meu moleskine mental.

3 comentários:

Doramar disse...

:-)

CCF disse...

Bons mesmo são os sonhos pequenos.
~CC~

(e também os natalícios, feitos de abobóra, açucar e canela :)

CC disse...

sonhos desses, tive alguns, e vou tendo outros, porque os "sonhos" são o melhor da vida, lava-nos a todo o lado...