A rede salva-nos. Eram dez e meia da manhã quando nos juntámos no Café do Preto. Quatro horas depois, cerca de dezasseis quilómetros depois, haveríamos de regressar. A vida salva-nos. Aquele cheiro a eucalipto nos caminhos. Ou a mato. Os verdes. A serra, o mano a mano com a serra. "-Estamos quase na Cruz Alta!", dissémos a certa altura, quando já nos julgávamos perdidos. O passeio pela Lagoa Azul só para me satisfazer o desejo. Há muitos anos atrás o meu pai, eu e os meus irmãos filmámos uma sequela do Sandokan na Lagoa Azul com uma máquina de filmar que nos deu o Pio Barroso. Falei nisso ao grupo e de repente o trajecto alterou-se para me fazer esse prazer. A rede salva-nos.