segunda-feira, julho 14, 2003

Esquerda, direita, volver... De tempos a tempos a direita conquista o poder e, invariavelmente, ocorre lembrar-me do 25 de Abril. Depois, seja o Cavaquistão, ou este Paraíso na Terra, a cultura começa a levar coices. Coices e pontapés. Com a mesma falta de imaginação com que ocorre o 25 de Abril na minha memória de paquiderme, vem ao texto a questão dos subsídios, do que isso era em camas de hospital, sopas para os pobres ou impostos para o Principe João, desmonta-se o pouco que estivesse a funcionar, sempre com o brilho da mudança, do rigor, da contenção, e eu começo mentalmente a mudar de país, a sentir que não sou daqui. Com a agravante de que agora quando começo a falar muita gente olha para mim como se eu estivesse com uma grandecíssima dor de corno. E isto é se não souberem da minha recente inscrição como militante do Partido Socialista, porque aí apanho com aquele relambório todo das moscas mutantes, do desbragamento do déficit público, de como os xuxialistas deram cabo disto tudo. Eu ouço-os, há nos meus olhos lassos ironias e cansaços e só penso: Ide-vos f. cambada!

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