sexta-feira, agosto 08, 2003

O que é que se responde nesta altura?

encontro por acaso no fim de tarde desta canícula, na Brasileira do Chiado. Discutimos, avulso, está muito calor, políticas culturais. O que há e não há. A certa altura conto-lhes a sensação de vazio que senti quando ao organizar a participação portuguesa no salão do Livro Teatral, em Madrid, o presidente da Associação de Autores de Teatro de Espanha me sugere que, para fazer o reencaminhamento dos livros, em vez de pedir a cada editora, encarregasse disso uma Livraria de Teatro portuguesa, do género das que existem em Espanha, como a Avispa, de Madrid. fiquei quase meia hora a olhar para o email. o que é que lhe respondo? era como se, ao dizê-lo, estivesse a tornar-me responsável pelo facto que estava a comunicar. é claro que não precisava de ser como a Avispa, todos nós sabemos a qualidade desta. mas alguma. um nome no vazio. perguntei a todos eles, não fosse estar a ser ludribriado pelo meu desconhecimento. olharam todos para mim silenciosos. não há. não há nenhuma livraria de teatro em Portugal. o André ri-se do meu ar indignado. há tantas terras neste país onde nem sequer há uma livraria.

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