sexta-feira, agosto 08, 2003

ofício luceferino...

[ Há uma labareda em caixa alta na primeira página do Público de hoje. E a alma incendiária respalda-se da segunda à quarta página. Um poema inédito de Ruy Belo (Outro, Eu disponibiliza este poema em permanência), um texto de Gastão Cruz e outro de Alexandra Lucas Coelho, que andou a navegar pelo espólio do poeta. Richard Zenith, tradutor americano radicado na poesia portuguesa - e a quem eu agradecerei sempre as minhas vinte horas em N.Y. - também por lá andou e descobriu em Ruy Belo traços da obsessão pessoana em salvaguardar todos os vestígios e indicios de poema que a poesia, enquanto actividade recolectora, tem. No final do texto de ALC, uma carta de Herberto Hélder para Ruy Belo:] "A notoriedade pública - coisa que se ganha um pouco por acaso e que por acaso se pode perder, e depois reconquistar ou não - é totalmente marginal ao que pretendemos com escrever poemas. Eu considero-o a si, caro Ruy Belo, como um irmão neste ofício luciferino, magnífico, perigoso e único que é viver na poesia. Trata-se de uma fraternidade de 'sangue', no mais fundo sentido."

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