sábado, novembro 22, 2003
Ao som dos pedais
Continuo a ter um fascínio descomunal pela pedaleira. Já tem mudanças, conta-quilómetros, luzes, cesto, suporte para água, encaixe para cadeira de bebé, mas ainda continua a ser como a minha pedaleira de sempre, em Mafra, onde eu, disfarçado de Joaquim Agostinho, ultrapassava todos os dias os meus próprios recordes.
No domingo passado fiz-me à cidade. Desci a Av.Roma, fui à Guerra Junqueiro, Portugália, Jardim Constantino, Estefânia, Gomes Freire, Campo dos Mártires da Pátria, Martim Moniz, Rossio, Praça do Municipio e Cais do Sodré. Quando cheguei aqui é que percebi que tinha de mandar terraplanar as colinas, ou então não voltaria mais para casa.
Petisquei alguma coisa no meu lugar de sempre, ali ao pé dos barcos. A meu lado uma população de um Portugal de segunda. Emigrantes do leste, brasileiros, turistas. E depois, ao subir a Almirante Reis, subi ao Intendente, meti pelo lado da rua do engate e da prostituição, foi bonito de ver aquele povoléu todo a abrir a dentadura e rir daquele artista do pedal, eu, boina de feltro na cabeça, óculos escuros e firmeza no guiador. Afinal foi fácil. E descobri que ao domingo é agradável passear em Lisboa. Amanhã vou repetir a dose mas já levo conta-quilómetros.
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