sexta-feira, abril 16, 2004

25.4 de 74/ 25.4 04. Trinta anos de Quê? - VII

R(e)volução. Há qualquer coisa de estranho e de bizarro nesta discussão sobre se o 25 de Abril foi ou não uma revolução. Por um lado a Esquerda, ao defender que foi uma revolução, divide-se, surge pulverizada na perspectiva que adopta sobre o desenvolvimento dado a esta revolução. E aí o 25 de Novembro surge como uma relevante divisória. O que é que foi o 25 de Novembro? Uma contra-revolução? Um apoderar reformista de um movimento revolucionário? E então, hoje vivemos numa democracia parlamentar porque houve o 25 de Abril ou porque houve o 25 de Novembro? E o que serão hoje, as conquistas de Abril? O cartaz do Bloco de Esquerda, sobre a relativa infantilidade da revolução de abril, fala de quê? E a direita, e sem dúvida de que este discurso evolucionista não está de acordo com a experiência social democrata e é mais uma conquista de Paulo Portas, ao defender que é uma evolução mais não faz do que arranjar uma fórmula que lhe permita, enquantor poder, conviver com a importância do 25 de Abril para a sociedade portuguesa. Mas também, esta engenharia ridicula dos populares esfrangalha e pulveriza a direita, que entre nós, com revolução ou evolução, sempre alimentou um ódio visceral ao 25 de Abril. Há qualquer coisa de estranho e bizarro nesta revolução não cumprida que começou em 25 de Abril de 1974.

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