quarta-feira, maio 05, 2004

Terra

não há nada de original no desejo de uma escrita fecunda. nem tão pouco na sua expressão. o que é novo, e não quer dizer que por isso notável, é apenas este projecto de, entre um texto e outro, entre um texto e outro que provavelmente nem habitarão neste blogue, dar expressão pública a um existir. fazêmo-lo porquê? narciso em nós? espirito militante investindo numa participação cívica? incapacidade de pensar e por isso, com esta presença totalitária subtraímos, aparentemente, a necessidade de pensamento ao real? incapacidade de nos desligarmos, de nos desconectarmos? tantas vezes se berrou contra o discurso tecnológico e tão poucas vezes se compreendeu, analisou, observou, que a força do dispositivo máquina e da técnica não se verifica tanto pela usurpação de códigos humanos para o genoma da robótica, mais pela incorporação na linguagem humana de padrões de comportamento inumanos, tecnológicos. como será o mundo não apenas quando as máquinas se parecerem connosco, mas essencialmente, quando nós nos assemelharmos totalmente com elas?

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