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apetece-me fecundar a escrita. gostaria de poder fazê-lo. não para que a escrita que daí resultasse pudesse ser fecunda. estou-me borrifando para isso. apenas porque ao longo do tempo, tal e qual num labirinto, fui construindo aberturas que me fechavam num
gheto. e essas portas e janelas são palavras, ditas, ouvidas, lidas ou escritas, fecundando a minha vida. o desejo de fecundar vem daí, penso. e agora talvez seja muito tarde para voltar a atrás. que fique então assim o mais claro que eu conseguir, este desejo de fecundar a escrita não é mais do que uma expressão intima desse outro desejo de chão fértil que me sacode enquanto vivo. o que eu queria mesmo era poder fecundar a minha vida.
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