quarta-feira, junho 23, 2004

Azulmente

Azulmente falando também eu tenho investido na existência de momentos a três, após a separação. Orgulho-me de termos conseguido, até agora, que a ideia de separação entre o marido e a mulher não fosse interpretada como uma separação de mim como o meu filho e sempre que possível, de pai com a mãe. Sem dúvida que enquanto o casamento persiste não nos apercebemos muito bem que esses dois tipos de vinculo, o casamento e a paternidade/maternidade, embora sobrepostos, embora vividos no mesmo tempo e espaço, são dissociáveis. O Peter Pan grande vai a caminho dos três anos e meio e já sabe que o pai e a mãe não namoram porque não se beijam na boca. Mas também sabe que o Peter Pan grande e o Peter Pan pequeno e a Sininho - e um dia virá que a própria Wendy - são amigos e que os amigos se abraçam e se beijam na cara. E principalmente, discutem menos do que quando eram namorados. Nem sempre é possível, diz o azul, e di-lo bem. No meu caso pessoal esses momentos são tempos em que ambos nos congratulamos pelo filho que criamos. Não existe dever deste lado de cá do Equador. E mesmo que o houvesse. O amor estará sempre a salvo do dever, da obrigação.

1 comentário:

Zu disse...

"Esses momentos são tempos em que ambos nos congratulamos pelo filho que criamos". É isso mesmo. E nessas alturas não há mágoas, bulhas e ressentimentos, mas apenas orgulho (um orgulho cúmplice) e vontade de ver feliz o ser que mais amamos no mundo. Não é por dever que tais momentos acontecem: é, como diz, por amor.
Gosto de ter encontrado este blog.