terça-feira, julho 27, 2004
Terra do Nunca
Amanhã parto com o Peter Pan para umas pequenas férias. Os yogurtes também bastam para definir a validade do veraneio. Sem internet, creio. Além do mais também não ando com muita vontade de blogar. Ando agora - como sempre andei, entusiasmado por modas com os foruns, chats, os icqs, os sites, os blogs - preso a mais uma das maravilhas da tecnologia comunicacional. O messenger. Com webcam e tudo. Há pouco falei com uma vendedora de flores de Barcelona. Anteontem com uma professora de Leiria. No mercado das almas, dos corações piegas e avulso vale tudo para chamar a atenção de quem passa. Sei que há pruridos muitos sobre estas coisas. Deixá-los estar. Os pruridos, e quem os tem, são para deixar sossegar, sossegar, muito lentamente, até desaparecerem na sua própria evanescência. O virtual é tão real como a tua pele. Aliás, se a tua pele não fosse tão virtual ou mais como o teu holograma não chamaríamos à pele, pele. Poderíamos dizer película, revestimento, camada, epiderme, mas pele não. Pele é um eco virtual que a existência desse véu que te cobre o corpo enuncia. Pena é que ao fim do cansaço fique com a ideia de que tudo este corropio não passe de um vicio e que tu - tu, enquanto pessoa, o tal ser biopsicossocial que tu e eu e todos nós também somos - ficas mais longe, enredada em múltiplos espelhos convexos que nos atiram para um jogo do gato e do rato que é um delírio infindável.
Depois Andanças, só uns dias mas tem de ser, tem de ser, a grande festa da música, da dança, do ar que respiro. Cuidem deste canteiro à bela mar plantado por mim, enquanto, durante uma semana, enfio a cabeça na areia e vou para uma terra de onde, se tivessemos aquele tino que pretendemos ter, não saíamos nunca.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Boas férias. Numa Terra do Nunca risonha e cheia de histórias de sereias e tesouros encantados, como as Terras do Nunca devem ser.
obrigado a todos.
Enviar um comentário