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Abre-se uma porta de luz. Os homens sempre foram tão frágeis nos camarins das suas musas. Cobrem de lantejoulas, de flores e de gestos delicados o breu daquilo a que nem chamam noite, e amam assim o refinado que há no
existir duplicado. Reduplicado, triplicado, centuplicado; em todas as noites os actores e as actrizes se renovam e voltam a re(a)presentarem(-se). Não se sabe exactamente o que se terá passado porque as paredes, o ziguezaguear do caracol silenciou as histórias breves e longas daquilo que provavelmente não foi mais do que poder e sedução. Se estas duas palavras podem assim conviver. De certo, de certo, há apenas aquela luz que se espraia quando a porta se escancara.
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