quinta-feira, setembro 30, 2004
Quase do domínio da traição
Não precisas de o dizer nem sequer, de o pensar. Sei bem a traição que há no publicitar. Eu prefiro pensar, a cumplicidade de quem ama. Não de quem te ama, não de quem por ti é amado, a esta hora é visivel e compreensível que estamos à beira de nunca ser, eu, o teu Mamute e, tu, a minha Loreta, a força do desejo vencida pela inteligência deste gesto com que nos revelamos. A cumplicidade de quem ama. Assim, com a mão trémula, aquela mão estremelecente que de mim conheces tão bem, da mesma forma que me guiaste naquele tablado mágico também eu te levo pela mão adentro desta folha latejante.
Não é uma armadilha, um ardil. Este é o menor gesto de que sou capaz para te dizer que estou aqui, face com face. Nas entranhas, no mais profundo do teu desejo de uma vida clara, luminosa. Não careço de alheia morbidez, dor ou infelicidade. Nunca carecemos. Tenho uma utopia, confesso. Que aquilo que fazemos em cada um dos nossos corpos, das nossas almas, dos nossos espíritos, reverte assim para o corpo, a alma e o espirito da humanidade neste lugar que é o mundo. E por isso é com inefável delicadeza que me abeiro do teu sentimento assim, expresso. Exalto-me, exulto, faço-me exaltação. Agora já sei com quem irei a Paris. Não o sabes porque eu nunca to direi, com aquele gesto de passares a escrito o rasto de uma inquietude resgataste toda uma vida, a minha, da incompreensão, da solidão e da loucura.
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