segunda-feira, setembro 20, 2004
Regicídio
Um Apicultor na cidade mais uma vez. Vinte toneladas de mel, extraídos por dois braços apenas, por um saltarinhar entre Évora, Mértola e Alcoutim, é trabalho de gigante. Lembro-me das tuas causas iniciais, a Agrobio, a certificação biológica, e pergunto-te mais uma vez o que foi feito desse teu sonho. Dizes, pragmático, olhando pelo espelho retrovisor o Zé Mário e o Simão:
- A questão é que não compensa.
Olho-te com estranheza. Tu sempre defendeste que sim, que compensava. Que a qualidade biológica teria um nicho de mercado próprio e que cuidar dele seria também, viável.
- Portugal tem um absurdo instalado na lei de certificação da qualidade biológica do mel: estipula uma área em redor das colmeias onde todas elas tem de ser tratadas com as regras da certificação biológica. No fundo, isso faz-me depender do meu vizinho. Ora a qualidade biológica do mel é algo que me vai obrigar a ter muito mais trabalho, muito mais custos. Não poderei estar à mercê de um tipo que eu nem sei quem é mas que vai produzir mel sem nenhum tipo de garantias. Produzir com qualidade biológica e não ter a certificção do mel extraído, não compensa, dizes, e eu percebo finalmente o que está em causa.
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