terça-feira, outubro 05, 2004

Mapa-Mundi

Refaço a cartografia dos meus afectos a partir do zero. Do quase zero, condescendeu ele. Olhei-o com cara de caso. Para ti é fácil, tornou, inventas personagens para irem à frente. Como soldadinhos de chumbo. Digo-lhe, procurar o essencial não basta. É preciso procurá-lo com mãos limpas e puras. Mas isso?!, reage. Anuí. Depurar as mãos até à sua simplicidade extrema é ofício de toda uma vida e o pior não é isso. Ainda há pior?, estava apavorado. O pior é que tu levas quase uma vida para descobrir isso e assim uma só vida não chega. Ou melhor, quase nunca chega.

1 comentário:

saturnine disse...

o pior (há sempre algo pior) é mesmo que a vida não chega ou quase nunca chega, e quando chega muitas das vezes é para concluir que há ofícios a que não vale sequer a pena dedicarmo-nos. o que é, no mínimo, desconcertante. :|