segunda-feira, novembro 08, 2004

Cantiga d'Amigo

(De como tudo muda consoante o lugar onde está a areia da ampulheta - entre os bancos da escola e a banca da vida - e ainda da estranha forma como essa areia percorre, afinal, sempre o mesmo espaço, seja no século XXI seja no tempo d'el Rey D. Dinis) Ai, flores, ai, flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo? Ai, Deus, e u é? Ai, flores, ai, flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado? Ai, Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pôs comigo? Ai, Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu do que mi à jurado? Ai, Deus, e u é? -Vós me preguntades polo vosso amigo? E eu ben vos digo que é sano e vivo. Ai, Deus, e u é? Vós me preguntades polo vosso amado? E eu ben vos digo que é vivo e sano. Ai, Deus, e u é? E eu ben vos digo que é sano e vivo e seerá vosco ante o prazo saido. Ai, Deus, e u é? E eu ben vos digo que é vivo e sano e seerá vosco ante o prazo passado. Ai, Deus, e u é? Desculpem lá. Apeteceu-me.

5 comentários:

Zu disse...

E apeteceu muito bem! É tão linda, esta cantiga...

mfc disse...

Fez-me lembrar o meu 6º e 7º ano dos liceus nos idos de 60....

Carla de Elsinore disse...

bom apetite!

Anónimo disse...

Ainda bem que te apeteceu; há poemas imortais!

hfm
http://alicerces.blogspot.com
http://linhadecabotagem.blogspot.com

JPN disse...

Que bom é o teu apetecer! Respondo pelo amigo e pelos bancos da escola: "-Aqui na mesa do fundo! Presente!".