sexta-feira, dezembro 03, 2004
Um combate
Anteontem acabei a noite a conversar com o Pedro Alpiarça e o José Boavida sobre a dissolução anunciada. Dizia o José Boavida ter descoberto que só tinha na vida por adquirido um combate, fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para derrotar a Direita, para a impedir de aceder ao poder. Aqui e no mundo. Estou farto de Aznar, de Berlusconni, de Chirac. Por isso esperava que antes de mais nada, em Portugal os partidos de esquerda (PS/PC/BE) se organizassem em torno de um programa comum.
Há uns anos atrás deixaria passar esta afirmação sem lhe contrapôr nada. Esquerda e Direita serviam-me bem para explicar dois mundos que viviam de costas virados um para o outro. O meu e o outro. Durante muito tempo pensei mesmo que o mundo sem esse antagonismo perdia muito do seu encanto já que esquerda para além de um conceito era um campo de significação por onde entrava a possibilidade do mundo ser um pouco mais justo, humano e inteligente.
A ressonância da vocábulo esquerda ainda me desperta, ainda me acorda para mundos que me cativam, mas já não me enebria.
Ou pelo menos já não me leva a suspender o pensamento. Existe -com alguma ironia penso, é de esquerda sabê-lo - vida para além desta dicotonomia cujo vazio é preenchido pelas ideias de quem por ela muitas vezes está pronto a dar a sua vez neste mundo.
E disse ao Zé Boavida:
- " Se eu tenho na vida adquirido um combate é o de que é necessário pensar a vida para além da esquerda ou da direita. Chirac é um tipo de direita e Blair, é de esquerda. O primeiro aliou-se a um alemão de esquerda para tentar impedir o suícidio da Europa no Médio Oriente. O segundo, empurrou-a para lá. Que me interessa uma plataforma que me diga para apoiar Blair porque ele é de esquerda quando ele está ligado à mentira, à manipulação, à guerra?
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3 comentários:
E quem diz hoje que o Blair é de esquerda?
Blair, por exemplo.
se o blair é de esquerda então eu sou de extrema esquerda.
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