sexta-feira, janeiro 07, 2005

5X2

O filme perde-se na sua novidade. Ao fazer todo o seu investimento na sua novidade narrativa, é um longo flashback, e embora tenha alguma sensibilidade e até habilidade na forma como capta alguns universos peculiares, termina sem dor nem glória. No entanto, não deixa de ser uma boa catárse para exs, seja lá o que isso for. O filme começa no juíz que decreta o divórcio. O ritual do descasamento que muitos de nós tão bem conhecemos e que é, na grande maioria dos casos, um momento estranho de partilha da nossa intimidade, desde os pequenos bens dívisiveis como até, àquilo que parecia ser indivisível, porque imaterial. O corpo do afecto, de uma relação, reduzido a um contrato lido com voz rouca, apressada e desinvestida por um juíz ou notário. É ali que reparamos que nunca estivemos verdadeiramente sós.

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