quinta-feira, janeiro 20, 2005
Onde observaremos o homem?
Já a convidei para escrever aqui no blogue. Já a incentivei até a fazer um. Que não, e terá as suas razões. Aceito, respeito. Por isso não é a primeira nem será a última vez que não resisto a puxar os seus comentários a um post para aqui. Em relação ao abuso da expressão homem, apela ela a que em vez disso utilizemos as pessoas, a humanidade, nós, tu e eu e todos os outros, a malta toda que cá anda. Só espero que não desista de me chamar a atenção. Diz também Éclair, e foi este aspecto que me levou ao prolongamento do tema do post "De rerum natura": "parece-me cada vez mais que a malta anda é em estado permanente de... tudo menos paixão. É tão raro ver-se aquele fogo entusiasmado... Até os mais novos já adoptaram uma certa atitude blasé, cool, estilo "ya, não importa..." Se ao menos fosse Zen a sério, mas não, é mesmo ignorância/medo do sentir intenso".
Não é possível responder a isto sem acertarmos a metodologia: onde iremos observar o homem? Lá onde ele se escapa à nossa ideia de humanidade ou ali, onde a nossa ideia de humanidade se sobrepôe à constatação de que o nosso humano inexiste de facto? Não são em nada semelhantes. Se eu disser que o humano pode privar-se de tudo menos da paixão, estou a falar de como eu quero vê-lo, projectá-lo, não de mim, ou de ti, ou de nós, ou da malta que cá anda. Nesse sentido escuto a Éclair não só como uma argumentação, também como uma clarificação do nosso ponto de observação.
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