quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Homenagem ao Vento

Há umas semanas encontrei Christophe STYCZYNSKI. Falámos durante uma, duas horas, numa noite na Abril em Maio. Já há muito que não pensava isto de uma pessoa mas foi a primeira ideia que me passou em relação a ele: a de que existem poucas pessoas como ele no nosso mundo e é pena. Tanto por nós, que temos uma vida muito menos fascinante, scomo pelo nosso próprio mundo. Christophe era um designer até que a certa altura ou se chateou com a vida que levava ou esta se aborreceu com ele, desencontraram-se. Separou-se. E tornou-se editor de uma pequena editora, a Caedere. Está à mais de dois anos a escrever o seu próprio livro. Um livro que será num capítulo um CD, noutro um DVD. Objecto mutante, assim o seu autor que é também cantor e músico. O ponto de partida desta obra, que se inspira também na ideia de viagem - ele tinha como referência Ulisses - começou a partir do que escreveu quando acompanhou uma digressão pela Europa dos Noir Desir. A prisão do vocalista e lider da banda (num caso que abalou a França) foi um problema na progressão da obra mas a Banda tem-no ajudado e irá compôr algumas músicas para o seu projecto(fará sentido ainda falar em livro?). Uma das coisas que mais apreciei em Christophe foi a disponibilidade para viver a sua curiosidade, a sua inclinação. Tendo-se enamorado por uma portuguesa meteu-se na camioneta e só parou em Portugal, ávido de descobrir os cheiros, as sonoridades, os olhares, as palavras da terra onde aquela que o prendera tinha as suas raízes. Admito que seja a minha costela romântica mas a cada um os seus deuses. Eu continuo a pensar que é uma pena que o nosso mundo seja cada vez mais estranho às razões do universo de Christophe. [Quai 213 é o CD de um espectáculo organizado por Christophe STYCZYNSKI e que teve a felicidade de encontrar um inédito de Leo Ferré, cedido pela sua família]

1 comentário:

JPN disse...

errata no link: http://perso.wanadoo.fr/21-3/