segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Regresso à Terra da Alegria

Tão (pre) ocupado que anda com a triste campanha, o Mal entristeceu. E talvez não valha assim tanto a pena. Desde que não endoideçamos, e fora a circunstância feliz de nos livrarmos dessa plêiade de substitutos, o dia 20 deste mês será um dia normal, entalado entre o 19 e o 21, onde o pior que nos poderá acontecer é transformarmo-nos nos nossos próprios monstros. O que sendo aborrecido, não chega sequer a ser verdadeiramente triste. Estamos sobejamente habituados a isso. Como Daniel Sampaio penso que há uma diferença de qualidade entre Sócrates e Santana e vejo-a assim: onde um precisará ou precisaria de tempo e de confiança para crescer e conquistar o espaço político necessário para que um líder conquiste o seu próprio partido, ao outro o tempo e a confiança (excessiva) só lhe servirão para perder o espaço político e o seu próprio partido. Depois, Louçã será aquilo que sempre foi: um tipo cuja brilhante inteligência trava no local onde perceberia que a diferença entre um homem da esquerda de confiança e outro em quem nunca poderemos confiar se traduz na forma como ambos se relacionam com a sua própria ambição, com a sua sede de poder. Paulo Portas aproxima-se do seu epílogo político já que, tal como um escorpião, afundar-se-à sobre o dorso que o transportou para o meio do rio. Se vai ter mais ou menos votos isso agora já só conta para o albúm de recordações do mesmo. E por fim Jerónimo de Sousa, o tal de carne e osso como diz a Zazie. E que bem podemos deixar com o futuro em aberto, ele que, voluntarioso, com um ar de galã do tempo dos filmes a preto e branco, entrou no guião mais complicado de todos. O sistema dogmático do seu próprio partido encarregar-se-à de digerir as suas perguntas de operário letrado. Agora, diz-me lá Luís, face a isto, terei ainda de esperar por 20 de Fevereiro para te ver voltar à terra da alegria?

4 comentários:

zazie disse...

ehehehe, de carne e osso em termos de imagem, de discurso em comparação com os outros. Agora o que o gajo é sei lá eu, suponho que um velho comuna que até fala à Cunhal. Acho sempre muita piada como até repetem o mesmo vocabulário: "as políticas", por exemplo.

E os cartazes também são propaganda mais clean, mais velhinha. Aquilo tem tudo o ar de uma publicidade dos anos 60, muito ingénua. Os outros são à americana ";O))

zazie disse...

mas dizes bem, galã à anos 50 eehhee aqueles chefes de sindicato dos estivadores do Lodo no Cais.

Mas se compararmos com os outros não te conto nem te digo...

mfc disse...

Acho a diferença de qualidade não basta.
É toda a tralha que regressa ao poder e não vai fazer nada de muito diferente.
Por mim, há uma luzinha, lá ao fundo do corredor... à esquerda!

JPN disse...

também creio que nem basta nem é o bastante. mas também te digo, não consigo "pôr a falar" essa expressão da tralha que foi utilizada como tralha guterista. olha, talvez escreva sobre isso agora...inté já..rs...