segunda-feira, março 28, 2005

Bailes da Vida

Ontem, bailava até ao fim de mim, fazia equilibrismo numa corda de trapézio, descobri que não há amor verdadeiro sem amor próprio.

6 comentários:

Anónimo disse...

Já diziam no leite Matinal: "Se eu não gostar de mim, quem gostará?". Sem amor próprio não temos matéria para sermos amados.

Anónimo disse...

AH! E se não te amares a ti, não terás nunca capacidade para amar o teu semelhante, ou não fora ele uma continuação de ti próprio.

Anónimo disse...

As descobertas extraordinárias que aqui se fazem...

Anónimo disse...

"Amor próprio"...
Mas há amor que não seja para fora?! Se há, é fugir dele!! Narciso morreu de desgosto não por não ser correspondido no seu auto-amor mas sim porque o seu amor não tinha por onde sair, estava condenado à contemplação de si próprio...
"Amar-se" deve ser algo horrível...Além disso, o amor vem sempre de fora, nós aprendemos (ou não...) a amar com os outros e para os outros.
O chamado "auto-amor" nada mais é do que instinto de sobrevivência, apego à vida, isto é, aos outros.

Éclair

Anónimo disse...

Longe de mim, Éclair, querer opinar sobre a verdade de quem quer que seja, ou de qualquer um de nós. Mas parece-me, e só me parece e a mim enquanto só eu, que confundes doença com vontade de viver. Narcisismo, orgulho feio, incapacidade de abertura, cegueira encerrada atrás das pálpebras ou de uma imagem reflectida de um "apenas eu", com a capacidade de criarmos em nós o amor, e porque a nós nos amamos, a capacidade para amarmos e sermos amados por tudo o que em si liberta vida e a vida liberta. A capacidade de acreditarmos em nós após cada pequena ou grande derrota do dia-a-dia vem do amor-próprio (com hífen, para que nunca se separe), da capacidade que temos em continuar a acreditar em nós. Acreditar que poderemos voltar a tentar e um dia conseguir, mesmo que esse dia não seja amanhã ou depois. E essa crença passar aos outros. O amor que podes dar, é apenas o amor que por ti sentes. E este amor nada tem a ver com a vaidade, é o anti-Narciso.

Narciso morreu porque a sua imagem reflectida nas águas não lhe podia responder. Acredito que, de tanto se chegar a ela para tentar ouvir alguma voz ao seu admirar, caiu como reza a história... É simples, Narciso não se amava, estava encantado por tudo aquilo que tinha de mais superficial.

Amarmo-nos implica estarmos bem com a nossa imagem, acredito, mas é mandatório que em nós amemos o que de nós podemos dar aos outros. Sem amor-próprio o que podemos dar ao que está aqui e ali? Sem acreditarmos que somos e valemos o que quer que seja, o que podemos dar aos outros? Eu não consigo fazer-te feliz se não acreditar na minha felicidade. Mesmo que a minha felicidade seja apenas ver a tua.

De todas as formas, obrigada por me dares ainda mais vontade por lutar sempre e mais pelo meu Amor-próprio. Antes que a noite se faça dia, antes que as estrelas se vão deitar, espero tê-lo reencontrado.

Anónimo disse...

Se não, vamos a ver, qual a característica mais forte e mais comum naquele que ama de uma forma doentia? Que persegue, que se rebaixa, que quer dar tudo em troca de nada? Que está cego, que corre atrás? Falta de confiança em si. Necessidade de encontrar o que não tem no outro. Sugar a força que lhe falta. Em duas palavras: amor-próprio (também com hífen)