domingo, abril 10, 2005

Amo-te

Pai em jetlag de emoções. Sexta-feira na piscina, quando o vou buscar: estava com tantas saudades tuas, pai. Sábado, dia de farra e de princesas, a Beatriz no Pequeno Herói. O Pequeno Herói que queria ser uma livraria mas não pode ser porque de repente é um lugar que se enormiza, que estica e não encolhe, um lugar onde vamos ficando, ficando. Qualquer dia o Mário e a Elsa são supreendidos por pais que trazem lancheiras e montam ali na carpete um piquenique. No fim de sábado uma grandecíssima e excelentissima dona B-I-R-R-A. A coisa foi tão atroz que até eu chorei convulsamente e confesso, chorei de verdade. À primeira ainda foi a fingir, a ver se fazia jogo psicológico mas fiquei preso nos meus próprios golpes, fui ao tapete. Passado um bocado a birra passou e voltei a reconsiderar um programa de festas do T. No caminho, uma pedra preciosa: o pai é lindo. Hoje disse-lhe, tu enganaste-te, tu é que és lindo. E ele, a despedaçar-me a máquina do sentir: o pai ainda é mais lindo. Isto tudo foi há bocado. Depois veio a mãe, levou-o e eu a pensar, a pensar-me no meio deste redemoinho de emoções: pareço um daqueles colchões insufláveis que anunciam no TV Shopping. Em três minutos encho-me das mais incríveis e fantásticas emoções de que um gajo é capaz, em três minutos fico vazio, vazio e tão frágil. Pensem lá, vocês que têm ideias para tudo, façam programas para nos ajudarem, nós, aos pais jetlags, nós que aprendemos a nascer e a morrer num ai, num quebranto.

3 comentários:

PARTILHAS disse...

Sem regras...
Nem ideias...

Anónimo disse...

não há programas desses... sorte a de quem ainda os pode ter de 15 em 15 dias.

margarete disse...

o que eu digo é que não sei dar um empurrãozinho gostei e vou fazer link, ok?