segunda-feira, maio 23, 2005

HOTEL TOMILHO

Ontem passei a noite no Hotel Tomilho. Foi uma das experiências mais deliciosas, prazenteiras e sensuais que já tive num teatro. Eu disse sensuais? É isso exactamente que senti quando uma personagem cega me foi buscar para dançar e me disse ao ouvido um texto que corria também, projectado, na parede. Ouvi o texto duas vezes. Uma, entre o encavacado e o deliciado com a sensualidade da personagem que dançou um pas-de-deux terno e moroso comigo, outra, vendo-a a dançar com outro espectador. É uma experiência verdadeiramente fascinante. Outra: entro num chuveiro ounde só está uma personagem que diz um tremendo texto poético sobre o momento em que se entregou amorosamente a um homem. Há também o quarto da prostituta das mensagens, cheio de post-its com recados, declarações. E aquela fabulosa história da embalsamadora que embalsamou os vários animais e por fim, o próprio marido, que encontramos, virado para a janela. O percurso termina no pequeno almoço, um pequeno almoço estranho e bizarro. O espectáculo apresenta-se a 20, 21, 22, 23, 25, 27, 28 de Maio às 21h e 26 e 29 às 5 da manhã. Às cinco da manhã.

2 comentários:

Philomela disse...

...não esquecer o quarto da menina no frigorífico, um assomo de criaturas angélicas.
Espero que o próximo domingo me permita levar a descoberta do hotel um pouco mais longe, o tempo urge...

Anónimo disse...

300 km away... :(
i envy you!