terça-feira, junho 28, 2005
C 25
Ontem deitei-me na marquesa para ser dissecado. Uma amiga de uma amiga. Uma tese de doutoramento sobre as representações da violência. Eis o bisturi. Foi ali no Café do Chiado, agradável local para se retalhar um homem. Um homem divorciado, era essa a minha especificação. Ao fim de três horas ela disse a última pergunta. Tinha o número C 25. Tudo isto tem aliás a ver com números, pensei eu. O número de vezes em que falámos de nós. Quando me levantei fiquei com uma ligeira pena que eu e aquela mulher com quem me casei não tivéssemos falado mais ainda do nosso divórcio. Não que não tivéssemos falado muito. Falámos, e por paradoxal que isso possa parecer, no menos que dissémos por vezes falámos demais. Mas não falámos tudo, dei-me conta ontem.
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