quarta-feira, junho 08, 2005
Fotografar com os olhos
A Intérprete invocou-o e eu lembrei-me claramente desta acção, estava nos Alpes. Não sei porquê, parece-me que por uma daquelas manias que me vêm de miúdo, houve uma brincadeira a que me entreguei e que já nem sei como começou mas que terminou nisto, fotografar com o olhar. O tempo de exposição variava. Às vezes voltava atrás, para repetir a imagem. Há uma coisa que tenho como certa, de todas as viagens é a única em que posso automaticamente ir recuperar essa memória e trazer uma meia dúzia de imagens à minha presença.
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2 comentários:
nos anos de faculdade, no primeiro ano de fotografia, fizemos um exercício que me marcou muito e me ensinou a captar com os olhos e num tempo variável o que me rodeia. o exercício consistia em construir uma maquina fotográfica artesanal usando uma caixa de cartão. é verdade, funciona. fazia um furinho com uma agulha num dos lados, tapava por fora o furo com fita isoladora preta e colocava uma folha de papel fotográfico na "parede" oposta da caixa, por dentro. depois de alguns cálculos, saía à rua em busca das imagens eternas. escolhia um qualquer tripé, apontava o furo ao cenário, tirava a fita e ficava à espera que o que o furo via se colasse à folha. o tempo, então, parava. quem passava em frente nunca aparecia, apenas o que se deixava estar ali. e eu com isso aprendi a estar, lá, a guardar imagens na folha do meu próprio papel fotográfico.
pois funciona. eu aprendi-o com o José Soudo, no projecto Olivais Vivo, no Vale do Silêncio. Batizámo-lo logo de mágico...
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