quarta-feira, junho 08, 2005
Vou para Casa
O Núcleo de Arte e Ciência no Palco, termina depois de amanhã, com A Dança do Universo, de Oswaldo Mendes, as suas apresentações no Teatro da Politécnica, em Lisboa. Para além de Dança do Universo, já foram apresentados E agora, Sr. Feynman? e Copenhaga, que foi representado recentemente entre nós, no Teatro Aberto. Para mim tem sido um enorme prazer conviver com esta equipa e muito especialmente vou recordar-me das saborosas conversas com Carlos Palma e Oswaldo Mendes, actores e autores.
Numa das primeiras vezes que falei com Oswaldo Mendes ele contou-me que há uns quinze anos atrás, era jornalista na Folha da São Paulo, decidiu despedir-se e entregar-se totalmente ao trabalho teatral. No jornal tentaram-no deter. Ele usou o argumento final:
- Vou para casa!
Esta ideia do teatro como uma casa ressoa em mim. Eu próprio há uns anos deixei este teatro onde agora estou. Fui trabalhar em projectos que me fascinaram, admito, mas na hora em que o fascínio caiu e o mundo me apareceu tal e qual como ele é eu percebi que tinha feito a maior asneira da minha vida. Nenhum tipo são de espirito abandona um teatro. Aprendi-o com alguma angústia, estava fora do teatro. Felizmente sou um tipo bafejado pela sorte e pude voltar a esta casa. Mas a lição ficou-me para a vida: O teatro é a casa do mundo e o mundo inteiro cabe nele. Não é preciso desabitá-lo.
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