sábado, junho 18, 2005
Os amantes / memória descritiva de um post
O principio do post foi uma fúria. Estava imensamente triste e desiludido com uma pessoa com quem não me dou ao luxo de me entristecer ou sequer desiludir-me. Ouvi, antes de me sentar a escrever o post, uma ressonância de um poema de Jorge de Sena, não sei qual, desertos ficam os lugares que habitámos. E logo do início me esqueci da fúria, da tristeza e desilusão, do pretexto. Senti-me bem, racionalmente lubrificado ao pensar num amor que nunca tive. Ainda não ia a meio do post, lembrei-me de uma foto dos jardins de pedra, na Gulbenkian. E comecei a escrever para a memória desses dois corpos, um no regaço do outro. Foi dificil escrever o post. Tive de o acabar num ciber café. E fui-o publicando enquanto escrevia. O primeiro comentário surgiu o post ainda ía no adro. Dou-me conta de que ele tocou a muita gente, não só a mim. Que bom, não foi para isso que eu começei a escrever posts, mas hoje é. Aprecio muito quando vejo que dei algo a alguém, especialmente, como sucede muito com os posts, quando é algo que nem mesmo eu sabia que tinha. Percebo no entanto que muita da empatia que o post conseguiu estabelecer deve-se ao supor-se que ele um dia foi verdade. A Textura disse-mo ontem, no ensaio. Joaquim, esse amor nunca existiu? Abano a cabeça. Ela fica tão desiludida quando eu, na origem do post. Digo-o, para a consolar, não existiu, mas existirá. As coisas que temos dentro de nós que não existiram é porque queremos que elas existam e assim, existirão. Haja tempo e paciência
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
ui! que bom! afinal ainda temos hipóteses, miúdas!!! :P
Enviar um comentário