sexta-feira, julho 01, 2005

Esquece tudo o que te disse

Preciso de te dar um nome. Quero enlouquecer enquanto digo o teu nome. Chamei-te Ju mas agora emendo a mão. Esquece tudo o que te disse. Vou embora. Vou desistir. Vou para a Dinamarca. Tenho uma vontade de preencher esta falha sísmica com uma viagem. Irei para a Dinamarca. Foram de lá as primeiras histórias que ouvi. De um Cavaleiro. A Dinamarca começou por ser um lugar que não existia, que não existia realmente, que não estava dentro nem aprisionado pela realidade das coisas. Só depois veio a Sophia, o poema, a poesia. Eu não sabia nada disso quando ouvi as minhas primeiras histórias sobre a Dinamarca. Conta-me uma história, outra vez. E esquece tudo o que te disse. Quero morrer na tua memória, quero que me desapertes este nó fino e frágil que me prende à vida dos meus sonhos. Não é desnascer. É morrer. Há uma morte que faz viver o mundo e onde tudo recomeça. E depois, já outra vez aqui, quero comer gelados. Quero passar a minha vida a comer gelados. A minha vida recomeçou quando tu olhaste para mim.

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