terça-feira, agosto 30, 2005

Nostalgia

É um amor tão antigo que quando o revejo pinto-o de sépia. Eu tinha trinta e poucos anos na altura. Ela também. Eu gostava que fosse assim. Poderia não ser mas em sendo, gostava. Ela veio ter comigo num intervalo de almoço. Sabia-me bem tudo. A comida colorida, os transeuntes, as escadinhas do duque. Tudo. Eu era daqueles intervalos. Tanto que era que um dia lhe pedi que fosse para sempre. Disse-lhe mesmo, mente-me mas faz-me durar nessa mentira. Ela baixou os olhos envergonhados, era assim sempre que mentia. Durámos o que pudemos, o que soubemos, o que quisemos.

1 comentário:

maresia disse...

não leves a mal, mas isto tem tanto mel que me lembrei da música do "(8)Setembro foi um mês de eternidade, Setembro sabe a mar e a saudade...", não levas a mal, pois não?