quarta-feira, agosto 24, 2005

Pudesse eu

Onde? Em que lugar morar? O que fazer? Morreu em mim quase tudo o que era vivo. Morreu sem anúncio, sem promessa, sem renovo. Enteso-me. Sem me crispar enteso-me. Fecho os músculos à derrocada. É preciso que tudo morra em mim. Vazio. Pudesse eu esvaziar-me. Pudesse eu esvaziar-me da linguagem. Ficar só com a língua. A minha lingua na tua lingua. A minha lingua no colo do teu peito. A minha lingua nos teus lábios interiores. Pudesse eu.

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