quarta-feira, agosto 24, 2005

Bonita a festa, pá!

Fui um dia aos olhos dos outros ambicioso. Não me revia nisso mas como tinha muito medo da morte, da minha morte, aceitei sobreviver assim na imagem reticular que de mim faziam. Eu era um poço de energia. Queria salvar o mundo, o teatro, a expressão dramática, a animação sócio cultural, a escrita teatral. Queria dar vez e voz na voz e na vez que me cabia. Um dia fiz uma página minha e transformei-a na de outros. Há vezes em que aqui vêm, vindos dela. Eu nunca mais lá fui. Esqueci-me. Como quem se esquece de quem fui, desobriguei-me de lembrar. Vi a meu lado aquele egoísmo dos filmes velhos, das películas de 35 mm que já não tenho pachorra. Nunca tive geito para propagandista de moi même. Tenho um tédio insuportável por quem o faz. Alguns são meus amigos e gosto deles mas entediam-me mortalmente. A vida é outra coisa, penso sempre. Eu sou de uma festa que já não sei, que já não conheço.

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