quarta-feira, agosto 31, 2005

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Há na linguagem, um esforço, um trabalho, um movimento. -Pensas muito na tua morte? Como se as palavras fossem frágeis como betão. - E quando morres, morres mesmo? Rasgar a lingua parece um desejo fútil de quem acede livremente à expressão. - Eu nunca morri a sério. Por mais pormenores que invente tenho sempre a sensação de que é a fingir. Paris, Londres, Estocolmo, Amesterdão. Madrid. Berlim. Belfast. A inocência das cidades existe? - Morrer mesmo é dificil. É preciso um grande traquejo para imaginar a morte com uma grande profundidade e depois conseguir voltar.

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