segunda-feira, setembro 26, 2005
Mudar de assunto
O diálogo sobre a minha morte é a primeira conversa comigo de que me lembro. Olhando para trás agora vejo que era um solilóquio presente em todos os momentos. Era de tal modo recorrente que eu achava até natural dedicar uma existência a esse pensamento, a esse sofrimento. Eu era forte, são e rijo que nem um pero mas sofria que nem um cão com a terrível injustiça da minha não imortalidade.
Já não penso assim na morte, hoje. Agora ela vem até mim como uma conversa do meu corpo comigo mesmo. Vem inadvertida, através de um qualquer sintoma. Um suor. Um calafrio. Lembrando-me do tempo.
Nessas alturas respondo-lhe para não o zangar mas logo que posso mudo de assunto.
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2 comentários:
Olá é a primeira vez que visito o teu blog e gostei muito.
Um beijinho
é a única certeza absoluta... a morte.
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