quarta-feira, setembro 14, 2005
O olhar dele
Ao procurar as fotos de férias descubro dezenas de fotos que ele tirou. Há algumas tremidas, menos bem conseguidas, mas o mais que me fascinou não foi isso. É a presença da perspectiva do mundo que aquelas fotos permitem supor. É um mundo um meio metro abaixo daquilo que é o nosso plano habitual. E os pontos de interesse. Os objectos que fotografou. Mais ainda, a inocência com que fotografou toda a gente. Quase uma dezena de rostos desconhecidos que estavam naquela tarde no Lugar ao Sol, na Costa da Caparica e que aparecem na sua maior naturalidade. A própria Guida, que é um bicho do mato diante de uma câmera, sempre a fazer trejeitos, caretas ou a tapar o rosto com as mãos, aparece ali a olhar a câmera com ar natural, descontraído. O que me remete novamente para a questão que a Leonor lançou. Ali, diante de uma criança "os actores" deixaram seguir a captação da imagem sem alguma estranheza, sem se deterem sequer na sequência do "filme".
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