sexta-feira, outubro 14, 2005

Descansaço

Nunca te perguntaste onde fica o cansaço? Porque nos cansamos? Porque é que nos esgotamos? Olhando a máquina, o dispositivo, o corpo, nunca te perguntaste? Canso-me de tudo. Canso-me do mundo, da vida que levo, que não levo, das ruas sempre a descer quando vamos para lá e das ruas sempre a subir quando regressamos, canso-me da mentira nos meus lábios, nos teus lábios, e não é apenas a mentira, também a verdade me cansa, cansa-me a verdade quando a dizes, quando a respondo, tudo, mas quase tudo me cansa. Tu não me cansas. Temo aliás reconhecer que não teria coragem para me cansar assim extrema e derradeiramente se tu me cansasses. Mas não, não sei porquê, quando tudo é supremo cansar, canseira, tu não me cansas. São os teus olhos pequenas gambiarras acesas no escurecer deste cansaço que superientende todo o meu olhar. E é por essas pequenas chispas de luz que eu me sossego, há caminho para voltar. Eu apenas não me canso da ideia de que voltarei por esse caminho de pedras luminosas, seixos fluorescentes, que são por vezes as lágrimas que me deste.

4 comentários:

Conceição Paulino disse...

todos os caminhos são bons, mesmos os ilumindaos por lágrimas, principalmente esses, pq lavam a alma. Bom f.s Bjs e ;)

Anónimo disse...

"Se eu fosse um dia o teu olhar,
E tu as minhas mãos também"

mfc disse...

Esta vida é mesmo uma modorra... Se não fossem esses momentos sublimes em que nos sentimos apaixonados, ela seria insuportável!

Anónimo disse...

"eu sou poeta e não aprendi a amar".