terça-feira, outubro 04, 2005

Manipulação, dizes tu

Discutimos anteontem a propósito das presidenciais. Eu provoquei-a, assumo. Disse-lhe que não compreendia a razão porque é que os jornalistas continuavam a alimentar o tabu de Cavaco. Que se ele não é candidato não é tema para as presidenciais. Nem qualquer passeata que faça pode ser assumida como pré-campanha. E que o argumento de que toda a gente já sabe que ele vai ser candidato não colhe porque é mais uma perversão do jogo político inerente às eleições presidenciais. Ninguém pode combater um não candidato. Até porque o toda a gente sabe que Cavaco vai ser candidato contrapôe-se ao toda a gente sabe que o mais provável é que ele atinja o seu ponto máximo até ao momento da sua declaração de candidatura. Se em democracia um não candidato estará sempre em vantagem em relação a todos os outros candidatos, em relação a Cavaco e Silva de quem são sobejos e conhecidos os seus azares de expressão, ainda o será mais. O facto de toda a esquerda ter colaborado no embuste não derrime as responsabilidades da comunicação social. Além do mais joga-se no terreno da manipulação pura: não sendo candidato, não se estando a afirmar como candidato mas estando a surgir todos os dias como candidato o que acontece é que se está a pressupôr como inevitável que Cavaco e Silva seja candidato à presidência da república. Ora isto é afirmar que ele é um natural candidato à presidência da república. O que mesmo dando de barato que poderia haver naturais candidatos à presidência da república, analisando friamente o perfil, a personalidade e a carreira política de Cavaco e Silva isso nada tem nem de indesmentível, nem de categórico.

3 comentários:

Conceição Paulino disse...

com acultura do tabú se constói outro mito...Bom feriado

Anónimo disse...

O FIM DA MANIPULAÇÃO

«Promover a convergência gradual dos regimes de início do direito à aposentação dos funcionários públicos com o de início do direito à pensão de reforma dos trabalhadores por conta de outrem;»

Isto é o que consta do programa eleitoral e de governo. Durante a campanha eleitoral Sócrates, em debates na TV, disse claramente que iria alterar a idade de reforma dos FP e que iria atacar os regimes especiais que protegem certos grupos corporativos. Só que os professores julgavam que ele se estava a referir aos médicos e farmacêuticos; estes julgavam que ele se referia aos juizes e magistrados; estes últimos julgavam que se referia aos políticos; estes julgavam que ele se referia apenas a polícias e militares; estes últimos julgavam que ele se referia apenas a gestores públicos; e estes julgavam que ele se referia aos que tinham direito a reformar-se com apenas 50 ou 55 anos de idade...
Cada um destes grupos esqueceu-se de olhar ao espelho e de olhar para o espelho da maioria dos portugueses...

Ora bem, Sócrates está a distribuir a factura por eles todos, os que têm regimes especiais, como bem disse na sua campanha eleitoral. E os do sector privado e os da FP que não têm regimes especiais batem palmas e apoiam a cem por cento estas reformas que pretendem acabar com a bandalheira dos regimes especiais e má distribuição dos rendimentos que existiu até agora. E não se julgue que é só no sector privado que Sócrates tem o seu maior apoio, porque dentro da FP há muita gente que o apoia também, pois não pertence a nenhum hipócrita ou falacioso regime especial.

Até agora, Sócrates só não cumpriu uma promessa eleitoral: o aumento do IVA. Falha que ele já assumiu publicamente e que apenas foi devida a que o orçamento de Bagão Felix estava desorçamentado do lado das receitas em cerca de 5,5 mil milhões de euros. Isto é, o OE de 2005 assumiu compromissos para os quais faltavam 5,5 mil milhões de euros para que se pudessem cumprir esses compromissos, sobretudo em matéria de Saúde e de prestações sociais (pensões de reforma, fundo de desemprego, etc.). Daí o défice subir para 6,8% do PIB neste ano de 2005 se algumas correcções não tivessem sido tomadas no Orçamento rectificativo aprovado na AR e no PEC, aprovado em Bruxelas. Facto ainda não desmentido por Bagão Felix, já que se soube depois das eleições que o próprio Bagão Felix teria dito a Santana Lopes que o défice real de 2005 ultrapassaria os 6% do PIB.

Até agora Sócrates está a fazer uma excelente governação, com reformas de fundo que já deviam ter sido feitas antes, mas que ninguém teve a coragem de fazer.

Finalmente temos Primeiro Ministro e temos um Governo para salvar Portugal. O que lhe poderá custar votos, mas que salva Portugal da bancarrota.

Os eleitores não são parvos, e verão dentro de dois ou três anos os benefícios destas reformas de fundo.

Eu, que não sou socialista, já vi que este é o caminho correcto e que devolve a esperança à maioria dos portugueses.

Anónimo disse...

RESPIRA-SE MELHOR

Ora aí está o começo de uma recuperação da crise. A bolsa de Lisboa atingiu ontem máximo desde Julho de 2001!!!

As reformas de fundo de Sócrates começam a convencer os investidores de que agora é mesmo a valer. E a OTA, antes de estar sequer decidido, já está a movimentar grossos investimentos no centro do país. Como sabemos bem que os investidores na bolsa antecipam os acontecimentos em cerca de um a dois anos, aqui temos a melhor notícia.

E isto acontece apesar da economia europeia ainda não dar sinais de melhoria sensível. Mas como Sócrates vai à frente da carruagem a apontar o caminho das reformas, mesmo a nível europeu, não admira esta reacção da bolsa de Lisboa dos últimos meses.

Quem quiser fazer dinheiro na bolsa dentro de um ou dois anos, é agora a altura de comprar.

Como disse o candidato Mário Soares, Portugal tem futuro. E com esta equipa governamental também acredito que sim. Vem aí um pacotaço de investimentos