quinta-feira, outubro 20, 2005
Miradouro do Chiado
A minha mãe, o meu irmão mais velho e a minha irmã gostavam de ver montras. Era um programa! Onde quer que estivessem, as montras eram um miradouro de onde se via o que há-de-se-ver. Há pouco estava aborrecido comigo, apeteceu-me sair para a rua, ver gente. Andei por aqui, pelo Chiado. A olhar as pessoas como se fossem montras e de certa forma, são. Encontro aqui e acolá pessoas que conheço, que me conhecem, umas que cumprimento, outras com quem falo, ou melhor, ouço, não estou em dia de me apetecer falar, hoje tirei este fim de tarde para as minhas montras, para as ouvir, para as olhar. Mais uma vez, pela enemésima vez - sempre que tento desistir da minha humanidade ela traí-me com um pensamento - agrada-me esta ideia das pessoas enquanto montras. Lugares de onde se vê o que há-a-ver. Soletro assim uma humanidade incipiente, sou dos lugares nómadas. As pessoas são lugares nómadas. Mesmo quando parecem calhaus, pedras, lugares empedernidos, as pessoas são lugares nómadas.
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1 comentário:
Quando olho as montras, tenho sempre a sensação, de me ver ao espelho... Talvez seja por isso, que não gosto de montras...
Bom fim de semana
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