quarta-feira, novembro 23, 2005

Inverno idiota

Veio quase atempado este mal d'existir. Desta vez até se atrasou um poucochinho. Viu-a a ela e a mim a rir, a sorrir no meio da sala, acabrunhou-se, ganhou-lhe respeito. Coisa de pouca dura. É sempre assim. Aguento-me até ao dia-de-todos-os-santos, depois para mim é inverno. Um inverno idiota também. Começo a ver as luzes do Natal e começo a ficar triste. O império do dar sem dádiva que aí vem. Nem os risos do Pedro desfolhando os papéis dos caixotes com as prendas me animam. Tudo é triste no Natal. É triste a ICAR, é mais triste a sua ausência. A falta de optimismo. Vamos encher a boca de bolo rei para não respondermos às perguntas incómodas que aí vêm. Se eu um dia me matar de uma só vez vou ser criterioso: será logo a seguir a comer as últimas passas do pão por deus e um dia depois de desmontar a árvore de natal.

1 comentário:

Terra disse...

Não gosto do Natal; e a partir do ano anterior, menos ainda...
Não gosto de bolo rei, nem do inverno.
Não gosto da morte em Dezembro e não sei responder a perguntas incómodas. Gosto de passas e não simpatizo com a Igreja.
No meu Natal será verão. Irei à praia e a minha árvore será de acácia em flor; Vermelha, que é a cor da esperança.