terça-feira, novembro 22, 2005

Um deus desconhecido

Se me calha pensar na morte, na morte superlativa, pif-paf-puf, não me sobrevém nenhuma ideia de deus. Ou de algum divina tragédia. Claro que me pergunto de onde vem a inteligência das coisas e mesmo, se as coisas são inteligentes e se o são, porque lhes escapa a inteligência que as faria durar para sempre. A morte é terrível. Às vezes penso em ficar parado à espera da minha morte. Não é bem parado. Como quando corria os cinco mil metros, mais ao menos dez voltas inteiras à Escola da Rua cidade de Nampula e me guardava para os últimos cem metros, assim também eu penso fazer em relação à minha morte. Gostava de perceber que vou morrer pelo menos uns trezentos metros antes. Para respirar, ganhar blanço e fazer um sprint final pulverizando todos os recordes mundiais que a minha imaginação é capaz de conceber.

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