terça-feira, janeiro 31, 2006

O olhar do Outro

Ontem na Comuna, leitura encenada de um texto escrito a três mãos (Isabel Medina, Jean Luc Paliés e um poeta marroquino que não conheço). Muita gente no Café Teatro. A sala com tapetes persas, almofadas forradas com tecidos orientais. Rogério Samora, Fernanda Lapa, São José Correia e Albano Jerónimo, entre os leitores. Recordo três momentos. Um, de subtil comicidade, em que o ladrão de uma casa se vê perseguido pelo dono da mesma que o quer acompanhar. E que, se nisso o ladrão consentir, tratá-lo-à com toda a deferência, como alguém que, finalmente, o ajudou a mudar de casa. O segundo é quando alguém fala da morte. Essa experiência inatingível. Para a qual nunca podemos estar preparados. Por mais que possamos estar perto dela, quando efectivamente morremos, acabou-se a experiência. E por isso, não há nenhuma experiência que consiga perceber o que é a morte. E por fim um pequeno apontamento de uma mulher. Eles vinham morrer dentro de mim, confessava.

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