e a ignorância e as pessoas que falam alto
também podem -
então e os desertos urbanos que descolorados pelo
fumo pardo rejeitado
pelos escapes
conseguem, pela negligência, a omnipresença da culpa
estar em todo o lado onde estão pessoas com fome e
mulheres sem clitóris -
Os jornais poluem os dedos com aquela tinta
As fotografias dos jornais são a preto e branco
é maldade mostrarem os políticos sem rosetas
O café está frio, esqueci-me dele
Estou à espera de alguém que eu não quero que chegue
Não gosto da música ambiente, faz lembrar um pace-maker avariado
Dobro o jornal no colo e adormeço
até que o empregado me toque no ombro
e diga “Desculpe, mas estamos fechados.”
"Estamos pois" é o que lhe replico.
1 comentário:
estamos nada. estamos sempre abertos. mesmo quando fechamos, abrimos algo. abraço
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