quarta-feira, janeiro 11, 2006

Variações sobre o mesmo

Não gostei de ver o Secretário de Estado comparar o que ganha o Lagarto com o Ricardo Pais. Achei baixa política. Por mais intoxicada que esteja esta querela que se instalou nos últimos dias, é despropositada, deselegante e vive de um intriguismo entre dois antigos aliados (Lagarto e Pais) que desqualifica um governante. Mas também a resposta de Lagarto faz-nos estremecer sobre esta concepção de Director/Director Artístico/ Artista que, senão estou em erro, Carlos Avillez inaugurou e que toda a gente agora acha curial seguir. É que se ele diz que fez um acordo de cavalheiros com Amaral Lopes em que ganharia mais mas não cobraria os seus trabalhos artísticos, algumas perguntas se impôem: isso implica que todos os espectáculos terão de ter cenografia e figurinos seus para justificar esse seu aumento de ordenado? E naqueles que não forem, vão-lhe descontar algo? E como é que quantificou isso? A olho? É assim que se gerem os dinheiros públicos? Há aqui qualquer coisa mal contada. Será que os jornalistas que lhe foram buscar o depoimento estavam a largartar em serviço ou não perceberam mesmo a incongruência?

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